A Arte de Caminhar – ACCS 2018.1

A Arte de Caminhar é uma ACCS sobre caminhar, sobre sair da vida urbana, da cidade, da rotina apressada e entrar na natureza.  Nossa vida ficou cada vez mais acelerada, os deslocamentos de um lado para outro devem ser rápidos. Essa rapidez gerada pelo locomover de um ponto a outro de carro/metro/avião/trem, não trouxe mais tempo para nós, e sim mais tempo para produzirmos. Quanto mais rápido nos locomovemos, mais ocupados estamos. Caminhar é ter um tempo para si mesmo. O ato de caminhar faz com que desaceleremos um pouco, que observamos nosso entorno. Essa ACCS tem o foco no caminhar como ação artística, caminhar como um ato de arte ou meio para produção de arte. No decorrer da história, filósofos e escritores usaram da caminhada como forma de criação. A caminhada também faz parte da arte contemporânea. Richard Long, Marina Abramovic e Ulay, Francis Alys, Regina José Galindo, Krzysztof Wodiczko e Simon Faithfull são alguns dos exemplos de artistas que se utilizam do caminhar com ação artística.

Nesta edição de 2018.1, faremos as caminhadas na Ilha de Maré, parte do município de Salvador e localizada na Baia de Todos os Santos. As caminhadas serão uma imersão na natureza do lugar, o contato com a comunidade local e com a biodiversidade da região.

A antropóloga especializada em cyborg, Amber Case, em uma entrevista para El Pais (Amber Case: “O celular é o novo cigarro: se fico entediada, dou uma olhada nele. Está nos escravizando”) fala do nosso vício pelo celular e aponta como única saída para isso é nos voltarmos para a natureza. Este projeto de ACCS propõe colocar em prática esse escape. Em Ilha de Maré, mesmo que levemos nossos celulares, grande parte da ilha e dos locais que iremos caminhar, não possui sinal de celular. Será uma forma de desconectarmos do mundo acelerado em que vivemos. Estarmos abertos a parar, conversar com as pessoas, escutar histórias, conhecer mais sobre a biodiversidades. Em Maré, qualquer morador saber diferenciar os tipos de caranguejos, enquanto que os moradores do continente, só conhecem o nome genérico. Essas caminhadas serão uma forma de conexão com a comunidade e o lugar.

Veja mais sobre a ACCS – A Arte de Caminhar no http://caminhar.ihac.ufba.br/

Abaixo coloco algumas fotos das caminhadas que fizemos no dia 18 de maio e 8 de junho na ilha de Maré.

Dia 18.05 dividimos a turma em dois grupos grandes e cruzamos a ilha de oeste a leste, um grupo foi pelo mangue e outro pela mata. Ambos tinham muita lama e era uma aventura a caminhada. Meu grupo foi o do manguezal.

No dia 08.06, resolvi dividir a turma em 4 pequenos grupos temáticos: verde (pensar a mata/vegetação da caminhada), mar (pensar o mar, usos, pesca, água), narrativas (coletar histórias e contos dessa caminhada), formas de caminhar (caminhar de lado, de costas, com as mãos, com um pé só, etc).  Todos fizeram o mesmo trajeto, de Praia Grande rumo ao sul da ilha. Fomos a Santana, Itamoabo, Neves e voltamos para Itamoabo para pegar o barco.

 

See full screen

  • Ela e o Continente Gelado
  • Subverso Festival
  • Intervalo – fórum de arte
  • 1º Simpósio de Arte e Pesquisa do Ecoarte
  • Performance de Live Cinema no Museu do Mar