“De quantas águas eu vim” é uma projeção de onde nossas imagens, nossa voz e nossa música se misturam e se entrelaçam. A narrativa imaginativa é criada por essa fusão experimental de fragmentos, onde nos afastamos do eu e nos abstraímos no nós. A criação conjunta da vídeo arte foi sendo costurada a partir de memórias, algumas memórias que deram origem a narrativa como as da avó Alice e outras que surgiram durante o processo, como as das fotografias do avô Victor. Algumas memórias que não lembrávamos que tínhamos. Memórias que fomos descobrindo.
O encontro das águas nessa pesquisa artística se dá pela criação deste lugar de sonho, de um lugar imaginário, de um lugar de memória. É nesse recuo do mundo dos objetos que nos conectamos com o mundo em si, que nos tornamos parte dessa abstração. Nossa imaginação se transforma na vídeo arte.
Em “De quantas águas eu vim”, criamos encontros de águas, encontros de culturas, encontros de diferentes épocas, gerações, encontros físicos e virtuais, encontros ambientais. A arte é nossa forma experimental de levantar questionamentos, criar uma memória afetiva (mergulhar em memórias afetivas, coletivas e individuais) e produzir novas percepções do meio ambiente. A arte como um barco onde é possível encurtar distâncias, cruzar lugares imaginários e navegar memórias no rumo do Norte do Brasil.
De quantas águas eu vim
Direção: Karla Brunet e Laura Castro
Edição/Imagem: Karla Brunet
Narração/Voz: Laura Castro
Canto: Ibã Huni Kuin
Flauta: Letieres Leite
Ecoarte 2020
www.ecoate.info
– – Vídeo arte apresentada na ExpoIHAC 2021, em Salvador, BA, Brasil – –